Todos conhecem a expressão “terceira idade”, fase da vida depois dos 60 anos. Mas e depois disso? A expectativa de vida do brasileiro está aumentando e, com isso, se viu a necessidade de criar um novo termo. Surgiu então a “quarta idade”, que abrange os idosos acima dos 80 anos.
A presidente da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia da Seccional Paraná, Dra. Amanda Valim Kampa, explica que a quarta idade foi criada para diferenciar os idosos mais jovens, dos mais velhos. “Existem diferenças entre pessoas de 60 anos e as que já passaram dos 80 anos. O envelhecimento é dinâmico”, diz.
As principais diferenças entre terceira e quarta idade levam em conta o perfil de saúde. “O metabolismo das pessoas com mais de 80 anos é mais alterado”. Amanda explica que esses pacientes precisam de cuidados e prevenções diferentes devido ao organismo. “São pessoas que desidratam, desnutrem e perdem massa muscular mais facilmente”, diz.
Outro fato dentro dos consultórios, A presidente explica que, muitas vezes, os pacientes da terceira idade são tratados como adultos. “As pessoas de 60 a 65 anos se aproximam mais das que estão no final da idade adulta, em torno dos 50 anos, do que os idosos de 90 anos”, complementa.
Outro ponto que deve ser diferenciado quando se fala em quarta idade, são as políticas públicas. “É uma população cada vez maior e por isso, do ponto de vista das políticas públicas, se tornou algo urgente”, acredita. Se é um público diferente, as necessidades também são diferentes. “Existe uma porcentagem economicamente ativa na terceira idade, fato mais raro depois dos 80 anos”. Ainda, é nessa faixa etária mais avançada que, geralmente, se necessita das instituições de longa permanência. “Isso ainda é um tabu para uma parcela da população, mas deveria ter maior incentivo para a criação e qualificação dessas instituições”.
Porém, o que se almeja sempre é envelhecer com saúde. A presidente afirma que, para chegar bem na quarta idade, não tem segredo. “São as mesmas dicas para um adulto jovem que quer envelhecer com saúde: praticar exercícios regularmente, ingerir alimentos de boa qualidade e fazer isso de uma forma equilibrada”. Ela também alerta para as doenças crônicas como diabetes, hipertensão, colesterol e frisa sobre a importância de visitar regularmente o médico.
Amanda conta que não existe um ‘pacote pronto”, existe a consciência de querer envelhecer bem, com a cabeça boa, corpo bom, com vigor físico, para conseguir ter um envelhecimento sem dores e sem desconforto. “A pessoa que passar bem pela terceira idade, certamente chegará bem à quarta idade”, finaliza.
Por isso, procurar praticar atividades físicas com acompanhamento, respeitando os limites de cada corpo, manter uma boa alimentação e manter a mente ativa, desde a infância, até a quarta idade é o segredo para garantir a disposição e vitalidade.