Por Helvio Matzner
Ainda falando sobre moradias 60+ e o envelhecimento da população mundial, um novo conceito está melhorando a vida das pessoas idosas: as Cidades Inteligentes.
O número de pessoas acima de 60 anos soma 32,9 milhões, sendo 15,7% do total da população mundial. A projeção é que este número atinja os 38,5 milhões até 2030. O número de pessoas que moram sozinhas nesta faixa etária chega a 14% da população 60+, de acordo com o IBGE de 2022, criando uma urgência na acessibilidade nas moradias.
As Smart Cities tem o objetivo de fazer com que a tecnologia traga benefícios para os moradores e diversas soluções são integradas à Internet das Coisas onde existem dispositivos físicos espalhados pela cidade que se conectam a softwares e sistemas elétricos autônomos. Em resumo, essas cidades otimizam a utilização dos recursos para servir seus cidadãos de forma eficaz.
Os benefícios tecnológicos das Smart Cities precisam ser utilizados com todo o potencial para o bem-estar e a criação de soluções sustentáveis para a pessoa idosa. Isto será refletido na melhoria das casas e dos espaços urbanos. Um movimento neste sentido foi feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) com o guia global Cidade Amiga da Pessoa Idosa, também chamado Cidade para Todas as Idades. O programa foi criado em 2010 e reúne mais de 500 cidades em 35 países.
Sobre o avanço tecnológico das Smart Cities para os 60+, a inclusão digital está sendo uma solução. O uso de aplicativos e demais dispositivos precisam ser simples e descomplicados de navegar, além do desenvolvimento de planos de capacitação voltados ao público. A utilização do sistema IoT (Internet of Things – Internet das Coisas) em dispositivos físicos que recebem e transferem dados por redes sem fio, pode ser incorporado para ajudar a pessoa idosa em aparelhos públicos.
As vantagens destas tecnologias são diversas:
– Wi-fi público de alta velocidade para a integração total dos sistemas;
– Modernização do transporte público, incluindo a preocupação com modelos de veículos menos poluentes;
– Agilidade para a realização de serviços de emergência, gerando um tempo mais curto de resposta;
– Eficiência energética, visando o menor consumo de energia elétrica;
– Medição e controle de temperatura, umidade, qualidade do ar, etc.;
– Custo de vida.
Porém, as soluções inovadoras enfrentam os desafios urbanos, como trânsito, gerenciamento de energia, governança eletrônica, situação climática global, excesso de resíduos sólidos e ameaças à segurança pública e cibernética. Este último, reforçado pela desconfiança da população em relação a como os seus dados serão manejados em um sistema tecnológico e totalmente integrado.
Segundo a pesquisa Distrito Smart Cities Report 2020, o Brasil conta com 166 startups dedicadas à causa das cidades inteligentes, que receberam US$ 49,4 milhões em aportes no ano de 2019. O estudo indica que, globalmente, essas companhias irão movimentar US$ 110,7 bilhões em receitas até 2025.
No ranking da IESE Cities in Motion (ICIM), elaborado pelo Centro de Globalización y Estrategia del IESE, da Espanha, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba e Belo Horizonte aparecem na lista de 174 principais Smart Cities do mundo.
Curitiba:
O Smart City Expo Curitiba reúne especialistas de todas as áreas para compartilhar ideias e soluções sobre como criar um futuro melhor e mais sustentável para as cidades e seus cidadãos.
Com uma visão de Smart Cities 60+, vejo a necessidade da atualização das pessoas idosas para as mudanças tecnológicas que as cidades inteligentes estão colocando à disposição da população. Estar atualizado tornou-se parte da vida dos sêniors.