O etarismo ou idadismo é um termo que surgiu a partir do inglês “ageism” e significa o preconceito contra pessoas mais velhas, definido por Robert Butler, um gerontólogo estadunidense, em 1969. Essas discriminações podem ser institucionais, interpessoais ou pessoais. Esses pensamentos são induzidos desde a infância e geram impactos na saúde, bem– estar e nos direitos humanos.
De acordo com o Relatório Global do Etarismo (em tradução livre), produzido pela ONU, em 2021, dentre os fatores que incitam esse preconceito estão o medo da morte e uma educação reduzida. Ainda, o documento aponta que homens mais jovens costumam apresentar esse pensamento negativo, enquanto as mulheres são os principais alvos.
Existem três tipos de etarismo, são eles: estereótipos, preconceito e discriminação. Cada um se relaciona com uma capacidade psicológica. Os pensamentos são afetados pelos estereótipos, os sentimentos sofrem intervenção pelos preconceitos e as ações e comportamentos são comprometidos pela discriminação. Considerando isso, a ONU listou três estratégias para reduzir esse fenômeno: políticas e leis, intervenções educacionais e intervenções de contato intergeracional.
Em relação às políticas e leis, a Organização afirma que ao criar normas específicas, os direitos são reforçados e consequentemente, o etarismo é reduzido. Para isso, é necessário um mecanismo e monitoramento de nível nacional e internacional para que as implementações sejam efetivas.
A intervenção educacional deve ser incluída em diferentes níveis, sendo da educação infantil até a universidade, em contextos formais e informais. As atividades ajudariam a desenvolver a empatia, desmistificar as diferenças entre as faixas etárias e ajudam a reduzir o preconceito e a discriminação.
O contato intergeracional promoveria a interação entre pessoas de diversas idades. Esse contato ajudaria a reduzir os estereótipos e é considerada a medida mais efetiva dentre as três listadas pela ONU.
Ainda de acordo com o relatório, pessoas mais jovens são mais propensas a serem contratadas do que pessoas idosas. Esse resultado foi relatado em uma pesquisa realizada pela ONU, em 2021, em uma empresa na Espanha, candidatos com 28 anos tiveram um retorno 77% maior do que candidatos de 38 anos.
Na mídia, a representação desse público é crucial, pois eles influenciam nas nossas percepções e interações diárias, incluindo como nos identificamos com eles e como nos vemos a medida em que vamos envelhecendo. Por isso, esse é um dos compromissos do CEDIVIDA: ressignificar o processo de envelhecer, como algo positivo, sem estereótipos.
Portanto, é de responsabilidade das instituições, academia e sociedade em geral de combater esses estereótipos.