Por Luciana Oliveira
Atenção: se você se considera uma pessoa muito conservadora, esta obra pode lhe deixar desconfortável. Se não for, irá desfrutar de horas de ótima leitura.
Doris Lessing não foi laureada com o Nobel de Literatura à toa, muitas de suas obras falam do cotidiano, como é o caso de “Às Avós”, mas são densas do ponto de vista das relações humanas.
A história transita pela vida de Roz e Lil, duas amigas que se conheceram na infância e passam a vida lado a lado: estudam na mesma escola, divertem-se no mesmo ambiente paradisíaco onde vivem, casam-se, tem filhos e os criam sempre mantendo um laço vigoroso de cumplicidade.
Após a viuvez, relativamente prematura de uma, e a separação da outra, a proximidade entre elas e com os filhos, agora jovens adultos, começa a tomar um rumo fora dos padrões usuais de convivência e é neste contexto que a obra se desenvolve.
O livro é curto, são menos de 100 páginas, sem capítulos, quase que narrado em um só fôlego, o que faz com que o leitor tenha ainda mais a sensação de urgência em saber qual será o próximo desdobramento da trama.
Transitando entre o desconcertante e a leveza a obra aborda questões como maternidade, sexualidade e amizades. Valendo ainda lembrar que Doris, ainda hoje, é a pessoa mais velha a ganhar o Nobel de Literatura, aos 87 anos em 2007.
Ajeite-se bem na poltrona, ou afofe o travesseiro no encosto da cama e boa leitura!