Por Luciana Oliveira
Publicado pela primeira vez há 70 anos, “Caderno Proibido”, permanece atual.
Valéria, a protagonista, é uma dona de casa comum na Roma pós segunda guerra mundial. Casada, mãe de dois filhos, beirando os 45 anos, trabalhando fora para complementar o orçamento familiar, responsável pelo bom funcionamento do lar assumindo todas as atividades domésticas e sendo também o pilar emocional da família.
Valéria é uma mulher exausta, mas só passa a ter noção disso com a chegada do caderno, onde irá registrar seus pensamentos e percepções sobre o mundo que a rodeia.
Do convívio com o marido, ao relacionamento com os pais e com os filhos, do infindável trabalho doméstico às obrigações do emprego, do sentir-se velha ao sentir-se desejada tudo da a obra de Alba de Céspedes é pura essência dos diálogos internos, trazendo em forma de diário, conflitos e angústias, sutilezas e alegrias que habitam o pensar de todas as mulheres.
Uma leitura intensa que nos ajuda e refletir sobre os diversos papéis da mulher na sociedade e o quão solitários eles podem ser. Boa leitura!