Por Luciana Oliveira
“A Elegância do Ouriço”, escrito por Muriel Barbery, é um romance que mergulha nas profundezas da vida cotidiana para revelar beleza nas interações humanas aparentemente comuns. Através das vozes de duas personagens principais, Renée e Paloma, o livro nos leva a uma jornada emocional e intelectual, explorando temas como solidão, arte, filosofia e, de forma significativa, o envelhecimento.
Centrada em duas protagonistas, Renée Michel, a zeladora de 54 anos de um prédio luxuoso em Paris, e Paloma Josse, uma adolescente inteligente e introspectiva, ambas parecem viver vidas separadas por abismos sociais e etários. Através dessas duas perspectivas, Barbery nos presenteia com uma reflexão poética sobre o processo de envelhecimento. Renée, como uma mulher solitária e invisível aos olhos da sociedade, personifica a invisibilidade que muitos idosos enfrentam. Sua jornada de autodescoberta e aceitação revela que a sabedoria e a beleza podem residir onde menos esperamos encontrá-las. Por outro lado, Paloma questiona o sentido da vida em uma idade em que muitos estão apenas começando a descobrir o mundo, demonstrando como a juventude também pode ser um período de reflexão profunda sobre a mortalidade e o propósito.
A narrativa habilmente entrelaça essas duas jornadas, ressaltando como a conexão humana transcende as barreiras da idade e da classe social. À medida que Renée e Paloma se aproximam, suas vidas se transformam, mostrando que a verdadeira elegância reside na capacidade de compreender e valorizar a beleza em todos os estágios da vida. Além disso, o livro também explora o envelhecimento como um processo de desafiar estereótipos e expectativas sociais. Uma leitura que vale cada segundo do tempo dedicado a ela.
Uma taça de vinho ou um xícara de chá, acompanhado de uma baguete ou croissant podem deixar a experiência ainda mais memorável. Boa leitura!