O mindfulness, ou “atenção plena” é a técnica de origem no Zen Budismo e ensina a viver mantendo a mente no presente. Não sendo mais associado à religião, a prática é aplicada pela psicologia através da psicoterapia e traz diversos benefícios para as pessoas idosas, incentivando um maior aproveitamento dos momentos, sem se preocupar tanto com o futuro.
A psicóloga especialista em mindfulness, Geórgia Vianna, explica que na teoria pode parecer simples, mas na prática a realidade é um pouco mais complicada. “A gente vive dentro da nossa mente, no modo automático. Quantas vezes nós fazemos algo e depois não lembramos mais?”, questiona. Se concentrar em viver no presente é a base da técnica.
Apesar de ter surgido há muito tempo, o mindfulness nunca foi tão necessário. “Vivemos em uma era muito acelerada e perdemos a vivência do agora, porque vivemos muito dentro da nossa mente”. Sendo assim, a técnica traz um resgate do agora e apresenta diversos benefícios, como a melhora da memória, diminuição considerável da ansiedade e do estresse. A psicóloga explica que quando nos desconectamos dos pensamentos que a nossa mente cria, vivemos uma vida mais tranquila.
Na era da ansiedade, o mindfulness traz maior regulação emocional. “Então você não se abala tanto com o que vem de fora ou com o que vem de dentro, aprende a tomar decisões de forma mais consciente, tem maior autoconhecimento. E isso beneficia qualquer pessoa que utilizar, inclusive os idosos”, explica Geórgia.
Inclusive, a psicóloga diz que existem estudos sobre os benefícios da prática em pacientes com Alzheimer e outras doenças associadas ao envelhecimento. “Foi comprovado a melhora da memória, cognição e diminuição do estresse que, querendo ou não, o processo de envelhecer traz muitos estresses, em relação à saúde, etc”. Além disso, a técnica ajuda o idoso a entender melhor sobre os vícios de comportamento e as cargas que eles trazem da vivência que têm.
As práticas do mindfulness não têm distinção entre idades. Os idosos podem adotar trazendo a consciência para o agora. “O idoso que adere às práticas, tem uma melhor qualidade de vida, tem mais cognição, até para trazer a apreciação da vida”, diz.
Existem dois jeitos de praticar o mindfulness: formal e informal. A formal são meditações semanais para que ele faça todos os dias. “Quando a gente medita, a gente para e se auto observa e começa a observar os seus padrões”, afirma a psicóloga.
Na informal, são feitas práticas durante o decorrer do dia, pensando mais nas ações e valorizando pequenos momentos. “Por exemplo, ao tomar uma xícara de café, perceber as sensações, sem pensar sobre o dia que ainda vai viver”. Com a prática, há uma conexão maior com o corpo e passa a ser possível perceber os sintomas de quando está estressado, por exemplo. “Ao tentar entender o motivo do estresse e como resolver, você vai se percebendo e consegue prevenir essas coisas, prevenir as ações automáticas”.
O mindfulness não tem contraindicações e qualquer um pode praticar, desde que orientado por um psicólogo capacitado. É importante lembrar que não existe idade limite para se autoconhecer. Nunca é tarde para viver de forma plena e feliz.