Por Luciana Oliveira
“A velhice que habito” é uma obra ao mesmo tempo serena e inquieta. Trata-se de uma autobiografia narrada não apenas pela autora mas, pelo envelhecer da autora. Ivone Gebara é uma das principais pensadoras brasileiras do nosso tempo, “só” isso já seria um bom motivo para sugerir essa leitura mas o livro encanta pela forma da escrita e profundidade das reflexões, como não poderia deixar de ser, vindo dela.
A obra dialoga com um pouco de tudo da vida de Ivone: religião, fé, amizades, dores, esperança, feminismo, violência e, em cada memória registrada, um pouco da história recente do Brasil e, porque não dizer, um pouco da história que cada um de nós vivenciou ou assistiu. Tudo isso colocado de forma quase que poética. Além disso, a qualidade da edição também é um diferencial, ajudando a fluidez da leitura e da compreensão.
Aproveitando o frescor que o outono vem trazendo, sugiro uma boa xícara de chá para acompanhar, deixando a experiência ainda mais aconchegante. Boa leitura!