Por Carlos Air

Cada um de nós temos limites humanos inerentes, bem como limites pessoais que estão enraizados em nossas personalidades, experiências de vida, conhecimento, níveis de habilidade e muito mais. 

Algumas pessoas têm dificuldade em aceitar esses limites humanos e pessoais. Esse desejo de não ter limites provém de diversas fontes. Uma razão comum é que as pessoas confundem limites com fraquezas. Dito de outra forma, algumas pessoas acreditam (falsamente) que, se tiverem limites, são de alguma forma imperfeitas, fracas, insuficientes ou incapazes de grandes coisas – portanto, negam a realidade dos seus limites. Negar seus limites não aumenta seu valor, mas impede você de evoluir, trabalhando-os.  

Ao reconhecer que você tem limites, você pode perceber quando foi empurrado para além deles e então considerar legítimas as emoções que se seguiram. Por exemplo, se você sabe que um dos seus limites é precisar de uma pausa a cada três ou quatro horas de trabalho, e ter que trabalhar um dia inteiro sem pausas, saberá que é legítimo sentir-se exausto. 

Compreender esse sofrimento emocional como legítimo prepara você para o próximo componente da compaixão, que é a ternura. Para que você tenha compaixão por sua angústia, você deve reconhecê-la como legítima: vale a pena notar, vale a pena se preocupar, vale a pena recorrer e vale a pena aliviar. É reconhecendo, aceitando e permitindo que seus limites existam que você confere legitimidade à sua angústia. 

Outra forma de reconhecimento é conceder-se permissão para aceitar seus limites tal como eles são aqui e agora. Seus limites não são o que você deseja ou acha que deveriam ser. Alguns limites, como a quantidade de sono necessária, não podem ser alterados. Outros limites, como a paciência, podem ser alterados – mas independentemente da flexibilidade do limite em questão, se você excedeu o seu limite, você o ultrapassou. 

Embora seja totalmente apropriado e um sinal de maturidade trabalhar na expansão dos limites, você não pode fazer isso negando que excedeu um limite. Em vez disso, pratique perceber quando você ultrapassou um limite e reconhecê-lo, em vez de se julgar severamente por tê-lo alcançado. Em vez de se repreender por estar exausto no final de um dia de trabalho sem intervalos, reconheça que você está cansado, não porque seja incompetente, mas porque negligenciou seu limite de intervalo de trabalho. 

A importância de identificarmos e reconhecermos nossos limites baseia-se na capacidade de reconhecer a existência deles e que estes merecem e requerem nossa atenção.  

Carlos Air é natural de Porto Alegre – RS. É autor do Best-seller “Rico Pobre A Diferença Não é o Dinheiro”. Obra doada para as escolas públicas e faróis do saber de Curitiba e distribuída em países como França, Colômbia, Espanha, Argentina e Estados Unidos.