Inclusão digital permite melhor qualidade de vida à pessoa idosa

Aprender a lidar com a tecnologia aumenta a autoestima e contribui para uma maior inserção social.

Segundo um levantamento da Kantar Ibope, realizado em 2020, 75% dos idosos com acesso à internet realizaram alguma transação on-line. Houve também um grande aumento da utilização da web e redes sociais e no acesso aos itens on-line, como o streaming (plataformas de conteúdo multimídia).

Atualmente, para parte da população idosa utilizar a internet não é um grande problema, pois já tiveram contato com a tecnologia em algum período da vida, invariavelmente no trabalho – os computadores começaram a ser utilizados de forma mais ampla na década de 1980, quando muitos dos idosos de hoje estavam na faixa dos 20 aos 30 anos. Mas, para muitos outros, ainda é difícil acompanhar o avanço da tecnologia, que foi muito acelerado nas últimas duas décadas, principalmente com a consolidação da internet e a evolução causada pelos aparelhos celulares.

Por isso, a inclusão digital para toda a população idosa continua sendo muito importante, para que aprendam a lidar com a tecnologia e fiquem cada vez mais inseridos na sociedade.  O mundo virtual ajuda o idoso a se comunicar melhor com familiares e amigos, permitindo que ele obtenha informações sobre o que está acontecendo atualmente. Saber como acessar corretamente a tecnologia aumenta sua autoestima e permite que se sinta mais independente.

Mas, muitas vezes, é difícil encontrar quem tenha paciência ou tempo para ajudar o idoso a lidar melhor com a tecnologia. Por isso, o apoio e o ensinamento sobre a utilização da internet, redes sociais, smartphone ou mesmo de uma televisão smart, pode ser uma oportunidade de voltar a aproximar o idoso da família, em um momento em que muitos acabam se sentindo mais solitários ou abandonados.

Filhos, netos, sobrinhos ou mesmo amigos mais próximos podem participar desse processo, o que vai fazer com que o idoso tenha uma vida social mais ativa – mas caso não seja possível essa reunião familiar, existem ainda muitos cursos oferecidos por diversas instituições, que podem ajudar no aprendizado.

Sabendo lidar melhor com computadores, celulares e redes sociais, o idoso pode voltar a se aproximar mais das pessoas, estreitando novamente laços com familiares e amigos, mesmo que virtualmente.

Há também um estigma de que pessoas mais velhas têm dificuldades em lidar com coisas novas, não conseguindo adquirir mais conhecimento depois de uma certa idade. Isso diminui sua autoestima e confiança, dificultando ainda mais o aprendizado. Mas a pessoa idosa precisa seguir aprendendo sempre mais para não ficar estagnada e sujeita a futuros problemas neurológicos e psicológicos.

E começar a compreender como funcionam os novos equipamentos tecnológicos é uma ótima forma de ativar a memória, desenvolver novas habilidades cognitivas e também a coordenação motora.

Na rede virtual, há uma grande quantidade de conhecimento a ser descoberta – através de cursos, notícias, música, vídeos – e também muitas formas de diversão e entretenimento (jogos, filmes, séries), um mundo novo que se abre para a pessoa idosa que aprende a lidar melhor com a tecnologia. Com esse domínio de utilização, o idoso se torna mais independente e ganha muito em qualidade de vida.