O idadismo ou etarismo é um preconceito que atinge principalmente a pessoa idosa, ou seja, indivíduos que possuem 60 anos de idade ou mais. No Brasil, 15,1% da população é composto por pessoas com 60 anos ou mais, segundo dados do IBGE 2022 e as projeções indicam que em 2060, a maioria da população pertencerá a essa faixa etária. Porém, o idadismo ainda atinge muitas pessoas, causando prejuízos.
Segundo o professor e coordenador do Programa USP 60+ da Pró-Reitoria de Cultura e da Comissão de Direitos Humanos da USP, Egídio Dórea, o idadismo pode ser implícito ou explícito e aparece nos níveis micro, médio ou macro. “O idadismo é o mais frequente dos preconceitos e é considerado um dos mais prejudiciais”.
Originário do inglês ageism, o idadismo, é o preconceito relacionado à idade que atinge principalmente a pessoa idosa. Esse termo é denominado ao ato de gerar estereótipos negativos a um grupo de pessoas pelo fato de parecerem ou serem mais velhas. O professor explica que esse pensamento surgiu a partir do momento em que a sociedade passou a valorizar a juventude, associando positivamente essa etapa da vida à beleza, criatividade e força.
Os estereótipos são, em sua maioria, negativos. “Associam a pessoa idosa a alguém incapaz, doente, ranzinza e que está próximo da morte”. Existem também os estereótipos positivos. “Sábios, bondosos e carinhosos são alguns dos adjetivos usados, mas nem toda pessoa idosa possui essas características”. Esses são os chamados estereótipos descritivos. Ainda, o especialista conta que também existem as suposições de como a pessoa deveria se comportar. Chamados de estereótipos prescritivos, define que a pessoa idosa não deveria ser agitada, falar baixo e frequentar espaços diferentes dos jovens.
Os danos que esse preconceito causa podem ser tanto físicos, quanto psicológicos. “As pessoas que sofrem idadismo apresentam mais chances de desenvolverem doenças cardiovasculares, transtornos cognitivos e demência, transtornos mentais como a depressão e a ansiedade, idealização suicida, estresse pós-traumático, além de hábitos de vida menos saudáveis e acabam morrendo mais precocemente”, alerta Egídio. Segundo o professor, existe uma redução de sete anos e meio na expectativa de vida dessas pessoas.
A iniciativa para combater esse preconceito deve vir de cada um. “É preciso rever os nossos valores, mas sobretudo do contexto institucional, com a criação de políticas públicas, campanhas que fomentem ações intergeracionais”. Egídio explica que, somente quando as pessoas conviverem sem colocar a idade como um fator determinante, haverá uma verdadeira mudança nessa cultura atual.
O CEDIVIDA foi criado com o intuito de levar mais oportunidades aos 60+, os reinserindo na sociedade como indivíduos ativos. No Programa, eles aprendem mais sobre os seus direitos, tecnologia, tem acesso a cursos e palestras, para que se empoderem e participem da comunidade. Na campanha “Viver Não Tem idade”, se reforça o protagonismo da pessoa idosa. Acesse cedivida.org.br e apoie essa causa.