Hoje, se você perguntar a qualquer pessoa, é bem provável que ela esteja fazendo algum curso. Mas, paradoxalmente, nunca se viu tão poucos resultados concretos ou conquistas sólidas. Vivemos a era da “educação constante”, mas quando o assunto é a prática existe um total atrofiamento. No atual momento o melhor business no país é vender cursos – quem sabe. A enxurrada de informações e estímulos das redes sociais cria a sensação de que todos estão à frente, deixando muitos com medo de ficar para trás e impotentes diante de um ciclo que parece não ter fim.
Enquanto isso, os chamados gurus — empreendedores de palco — transformam seus cursos em ferramentas de marketing. Cada seminário ou programa serve para promover a próxima versão, mantendo os alunos em um ciclo contínuo de consumo educacional, muitas vezes mais focado em venda do que em aprendizado real.
Grande parte desse fenômeno se sustenta nas redes sociais, onde o que mais se valoriza é a ostentação. A referência equivocada torna-se aquele que mostra sucesso, ainda que ele não reflita sua realidade diária. Comparações constantes, sensações de atraso e frustração psicológica se tornam rotina.
O Brasil, aliás, é um terreno fértil para essa epidemia. Estudos recentes mostram que o país está entre os líderes mundiais em tempo gasto online, especialmente em redes sociais. Esse alto engajamento digital, aliado ao desejo constante de desenvolvimento pessoal e profissional, faz do mercado brasileiro um campo promissor para a venda de cursos — mesmo que, na prática, muitos alunos não apliquem efetivamente o que aprendem.
O que falta, então, é prática e aplicação real do conhecimento. Ter aulas e assistir palestras não garante evolução; é colocar a teoria em ação que transforma vida e carreira. Talvez seja hora de reduzir o excesso de cursos e investir mais em experiências, projetos e resultados tangíveis. Afinal, a verdadeira educação não se mede pelo número de certificados, mas pelo impacto que gera no dia a dia.
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