Por Carlos Air,
O Brasil é um dos países que mais consomem entretenimento nas redes sociais. Estamos sempre entre os líderes globais em tempo de tela, curtidas, vídeos curtos, memes e distrações vazias. E enquanto nos divertimos, rimos e deslizamos o dedo para cima, um dado brutal escancara a realidade: apenas cerca de 11% da população brasileira é leitora ativa. Isso explica muito.
Sim, isso mesmo. Menos de 2 em cada 10 brasileiros buscam, com frequência, conhecimento de qualidade, informação relevante ou desenvolvimento pessoal através da leitura. O restante? Se perde em um mar de distrações, dancinhas, fake news e conteúdos rasos.
Esse dado não é apenas estatístico. Ele explica, com clareza, por que ainda somos um país emergente — com uma economia frágil, uma classe média endividada e milhões de pessoas vivendo em condições de pura sobrevivência. Um povo que lê pouco, pensa pouco. E um povo que pensa pouco, escolhe mal, trabalha mal, empreende mal, consome mal.
Mais grave ainda é o que se projeta para o futuro: com o avanço agressivo das redes sociais e agora da inteligência artificial, o esforço mental está se tornando cada vez menos necessário. As respostas já vêm prontas. Os vídeos já sugerem o que assistir. Os textos já são substituídos por voz e imagem. E com isso, o hábito da leitura, da reflexão profunda e do aprendizado real está morrendo.
Mas há um alerta importante aqui: conhecimento nunca deixou de ser poder. Enquanto a maioria se distrai, uma minoria silenciosa está estudando, se preparando, lendo, dominando novas habilidades e aproveitando o momento para crescer. Essa é a elite que vai comandar empresas, liderar mercados e moldar o futuro — enquanto o restante continuará apenas assistindo (ou sendo assistido).
Se quisermos mudar a realidade do nosso país, temos que começar por mudar nossa própria relação com o conhecimento. Trocar horas vazias de scroll por meia hora de leitura pode parecer pouco, mas é o suficiente para reprogramar seu futuro.