Comer é vida! Uma alimentação equilibrada, sem exageros e exclusões, com alimentos que promovam energia e bem-estar é o ideal para todas as gerações.
Um cardápio balanceado com alimentos que forneçam ao corpo proteínas, carboidratos, gorduras, fibras, vitaminas e outros minerais é essencial para ajudar o sistema imunológico, melhorar o humor, reduzir o cansaço, aumentar a qualidade do sono e dar mais energia para o dia a dia.
No caso específico da terceira idade, uma alimentação balanceada deve se atentar principalmente à ingestão de proteína e cálcio. “Precisamos cuidar com a ingestão excessiva de sal e de açúcares. E devemos, no caso das pessoas idosas, estimular o compartilhar das refeições, pois melhora a ingestão alimentar e a qualidade de vida”, alerta Carolina Quadros, nutricionista e professora do curso de Nutrição da Universidade Positivo.
Segundo Juliana Padina Neves, mestre e doutora em Nutrição Clínica e franqueada da Faculdade Inspirar João Pessoa, acredita-se que haja uma redução de cerca de 6% da massa corporal muscular, sendo substituída por massa gorda, e de um cm de altura a cada década após os 40 anos. “Toda essa alteração é chamada de Sarcopenia, termo derivado do grego que significa ´perda de carne´, ou seja, de massa magra. Isso pode ser prevenido com atividade física regular e uma alimentação equilibrada de calorias e principalmente, de proteínas”, explica. Fontes alimentares de carnes, ovos, leite e derivados são importantes para atingir a recomendação de proteína e do cálcio que participa da homeostase óssea.
É importante salientar que a diminuição da ingestão alimentar por parte das pessoas idosas pode reduzir. Isso pode estar relacionado não somente com a idade, mas também com o uso de algumas medicações. “Nesse caso, inicialmente é necessário garantir a ingestão adequada dos nutrientes, como calorias, proteínas e micronutrientes”, explica Carolina. E, com essas situações, a nutrição além de melhorar a alimentação, também auxilia nos desfechos de possíveis doenças, consequentemente na qualidade de vida e na capacidade funcional da população sênior.
Uma deficiência na ingestão de proteínas também pode vulnerabilizar essa condição, mas outros fatores devem ser avaliados pois o idoso geralmente recebe muita medicação e muitas delas podem interferir nessa alteração de paladar. A deficiência de zinco também é comumente relacionada e frequente nesta idade. “Então se deve investir em fontes alimentares de zinco, como: carnes, fígado, feijões, amêndoas, amendoim, castanhas e especialmente as ostras. Importante retirar da mesa o saleiro e açucareiro para evitar que a pessoa idosa abuse na tentativa de ressaltar o sabor” explica Juliana.
“A avaliação nutricional é uma prática valiosa para determinar se a pessoa idosa está ou não desnutrida, e qual o risco de desnutrição”, salienta Carolina. Segundo a nutricionista, toda a população sênior, independente se tem excesso de peso ou não, deve passar por uma avaliação nutricional. “Se nesse processo de triagem for diagnosticado um risco nutricional, será com uma avaliação minuciosa da ingestão dietética, capacidade funcional, composição corporal e avaliação dos exames bioquímicos, que se determinará qual intervenção é necessária naquele momento”, enfatiza.
Simone Fiebrantz Pinto, nutricionista da Fundação de Apoio e Valorização do Idoso e titulada em Gerontologia pela Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, explica que a hidratação também é muito importante. “Nesse momento de inverno muitas pessoas idosas não conseguem tomar a quantidade de líquido que precisam. A dica é tomar, por exemplo, chás quentes que além de ajudar na hidratação, ainda ajudam a aquecer “, explica.
“No mínimo é indicado trinta calorias por quilo de peso e também uma caloria de proteína por quilo de peso”, explica Carolina. No entanto, segundo a nutricionista, cada prescrição deve ser individualizada e ajustada de acordo com a idade, estado nutricional, atividade física e doenças preexistentes. “É importante ressaltar que no caso da população idosa, tem que cuidar com as restrições alimentares sem uma indicação clara”, pontua Carolina.
Confira algumas dicas da nutricionista Simone Fiebrantz Pinto para uma alimentação completa, em caso de não restrição, com a orientação de “desembalar menos, descascar mais”:
– É importante ter proteínas em todas as refeições, para manutenção da massa muscular e para auxiliar na imunidade (consumo de leite, queijo, carne vermelha, frango, peixe, ovos);
– Consumir leguminosas (feijão, grão de bico, ervilha, lentilha);
– Evitar bebidas alcoólicas;
– Consumir 5 porções de frutas, verduras, e legumes diariamente;
– Consumir sementes oleaginosas (amendoim, castanhas, nozes, avelã) uma colher de sopa diariamente;
– Evitar o consumo de bebidas açucaradas como sucos industrializados, refrigerantes;
– Atenção ao consumo de alimentos industrializados e/ou pré-fritos (ricos em gorduras hidrogenadas).