A prevenção previne o surgimento de doenças crônicas e diminui os impactos das já existentes.
A expectativa de vida do brasileiro aumentou em quase 20 anos nas últimas cinco décadas, passando de 57,6 anos, em 1970, para 76,6 anos, em 2019, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – atualmente, a expectativa de vida entre homens é de 73,1 anos; para as mulheres é de 80,1 anos.
Com essa crescente população idosa, um dos desafios é fazer com que todos possam envelhecer com qualidade de vida, o que exige mais cuidados na promoção da saúde, prevenindo o aparecimento de doenças cardíacas e melhorando os tratamentos das já existentes.
A prevenção de doenças é desenvolvida em três níveis. Na primária, procura-se a redução da chance de ocorrência dos mais diversos males. O objetivo principal é evitar o aparecimento da doença diminuindo ou eliminando os fatores de risco. Entre as medidas que devem ser realizadas está o estímulo aos exercícios físicos e a adoção de uma alimentação mais saudável, que podem prevenir o surgimento de muitas doenças crônicas. O combate ao tabagismo deve ser realizado para evitar problemas respiratórios, neurológicos e com alguns tipos de câncer. Programas de vacinação e imunização contínuos e extensos também contribuem para impedir o aparecimento e o desenvolvimento de muitas doenças.
Na prevenção secundária realiza-se diagnóstico e exames precoces para descobrir doenças em estágios iniciais, antes do aparecimento de sintomas ou perdas funcionais. Dessa forma, antecipam-se tratamentos e são aumentadas as chances de cura. Pessoas idosas devem realizar check-ups preventivos e periódicos, além de visitas de rotina ao médico, o qual pode perceber anormalidades e solicitar exames mais específicos. No caso de câncer ou outros tumores, a descoberta precoce permite iniciar mais rapidamente o tratamento que poderá salvar o paciente.
A prevenção terciária procura diminuir o impacto das doenças crônicas já estabelecidas, conduzindo um tratamento correto para evitar complicações e consequências mais graves no futuro – no caso do diabetes, o controle pode evitar a cegueira e neuropatias (doença que atinge o funcionamento dos nervos periféricos, geralmente nas mãos e nos pés); o controle da hipertensão previne infartos e o acidente vascular cerebral (AVC).
A fisioterapia preventiva, com um conjunto de exercícios físicos e respiratórios, também contribui para a promoção de saúde dos idosos. As atividades ajudam a tratar a fraqueza muscular, degeneração articular, dor e cansaço, além de melhorar a agilidade e o equilíbrio, o que ajuda a evitar quedas e outros acidentes.
Ainda há um tipo de prevenção conhecida como quaternária, na qual são evitados o excesso de medicações e as internações e cirurgias médicas desnecessárias. Nesses casos, procura-se evitar a iatrogenia, o efeito negativo que alguns tratamentos podem trazer ao paciente.
No aspecto mais amplo, a prevenção de doenças contribui ainda para a diminuição dos impactos financeiros no sistema de saúde de um país, reduzindo gastos com internações e tratamentos que podem e devem ser evitados.