É inegável que, no dia a dia, a maioria das pessoas se vê frequentemente imersa em discussões ou em complexos conflitos de interesses. Nessas situações, a triste realidade é que a probabilidade de uma ou ambas as partes terminarem frustradas é consideravelmente alta. O que muitas vezes começa como uma simples discordância pode escalar rapidamente para um embate destrutivo, minando relacionamentos e oportunidades.
Para mudar esse cenário e transformar potenciais embates em diálogos construtivos, uma estratégia extremamente benéfica é avaliar previamente as possíveis reações da outra parte. Antes de qualquer interação importante – seja uma negociação comercial, uma conversa familiar delicada ou um debate de ideias no trabalho – tire um momento para se colocar verdadeiramente no lugar do outro.
Pense: Quais são os interesses centrais da outra pessoa? Quais são seus anseios mais profundos, suas preocupações subjacentes, e até mesmo seus receios não expressos? Como ele ou ela pode reagir a diferentes propostas, a determinadas palavras ou a pontos de vista que contrastam com os seus? Ao fazer essas projeções empáticas, você consegue antever onde podem surgir resistências, mal-entendidos ou até mesmo pontos de colaboração inesperados. Com base nessas análises, você pode determinar se o curso atual da conversa ou do conflito tenderá a favorecê-lo ou a prejudicá-lo, permitindo que você ajuste sua abordagem antes mesmo de começar.
Com essa análise prévia em mente, o próximo passo crucial é preparar perguntas, e não afirmações. Em vez de apresentar suas posições de forma categórica e muitas vezes impositiva, o que pode soar confrontador e gerar resistência imediata, formule indagações que convidem à reflexão, à clareza e ao diálogo genuíno.
Perguntas abertas – aquelas que não podem ser respondidas com um simples “sim” ou “não” – demonstram interesse autêntico em compreender a perspectiva do outro, abrem espaço para novas informações que talvez você não tivesse considerado e permitem que a outra parte se sinta ouvida, respeitada e valorizada. Por exemplo, em vez de dizer “Você está errado ao pensar assim”, que é uma afirmação que tende a fechar o diálogo, tente “Você poderia me explicar melhor o seu ponto de vista sobre isso e o que o levou a essa conclusão?” ou “Quais são as suas maiores preocupações em relação a essa proposta e o que poderíamos fazer para mitigá-las?”.
Essa abordagem estratégica não só desarma potenciais hostilidades e diminui a defensividade, mas também cria um ambiente mais colaborativo e produtivo. Ao antecipar reações e focar em perguntas, você não apenas coleta informações valiosas que podem mudar a dinâmica do conflito, mas também conduz a conversa de forma inteligente, aumentando significativamente as chances de construir um entendimento mútuo e alcançar um resultado positivo e duradouro para todos os envolvidos. É a diferença fundamental entre um embate que destrói relacionamentos e um diálogo que edifica pontes.
Carlos Air é Escritor, Empresário, Colunista e Filantropo.
Autor dos livros:
Rico Pobre — A Diferença Não é o Dinheiro (best-seller)
Empreender — Não é Sobre Quem Tem Mais Talento, É Sobre Quem Tem Mais Fome
Para Conquistar o Sim, Elimine o Não — O Game da Barganha.
Seus livros são doados para escolas públicas, projetos sociais e instituições de ensino — como feito em Curitiba e Paranaguá no Estado do Paraná.
Saiba mais em: carlosairmachado.com